sábado, 25 de julho de 2009

Hein? Você ouve direito?

O pesquisador norte-americano Michael Miller recomenda de 20 a 30 minutos de música várias vezes por semana para ajudar pessoas adoecidas em sua reabilitação. E diz que dá resultados. Além disso, estudos comprovam benefícios ao corpo quando se ouve uma boa música. Como exemplos, os vasos sanguíneos se dilatam em 26% quando se ouve uma canção bonita. Um som desagradável pode retraí-los em 6%, além de deixar a pessoa ansiosa.

Pois é, a música pode ser benéfica ou não, como você leu acima. Tudo depende, no entanto, do volume em que você escuta sua música preferida. A popularização dos aparelhos digitais (MP3, MP4 e vários outros) aumentam a polêmica sobre os prejuízos à audição. Segundo o otorrinolaringologista, Rogério Dutra Bandos não há um tipo de fone de ouvido que seja menos prejudicial. Na verdade, quanto mais próximo do ouvido estiver o falante, maior o perigo.

Para se ter uma idéia, alguns dos atuais aparelhos podem atingir uma intensidade sonora de até 120 dB (decibéis) em seu volume máximo. Isso corresponde a intensidade de uma turbina de avião no momento da decolagem. O recomendado não passa de 60dB.

Mesmo assim, o médico não acredita que eles sejam os grandes vilões da vida moderna, já que a exposição a grandes ruídos como o de shows, fogos de artifícios, buzina de ar pressurizado, fogos de artifício e trabalhos relacionados a máquinas ruidosas, todos comuns na agitada vida atual, também lesionam o aparelho auditivo humano.

A vantagem é que a lesão causada pela altura do som dos fones de ouvido pode ser evitada com alguns cuidados básicos. Uma delas é não usá-los em lugares barulhentos, já que neste caso é preciso aumentar muito o volume para competir com o ambiente externo.

Outra dica é não usar o fone em apenas um ouvido, o que poderia causar perda assimétrica da audição. Por último, não se deve ultrapassar o nível sonoro de 80 decibéis, que na maioria dos aparelhos é um pouco acima da metade do volume máximo.

Cada pessoa tem uma predisposição diferente. Mas é mesmo a intensidade do som, ou sua altura, como é popularmente conhecida, e o tempo prolongado de exposição dos ouvidos fatores que podem ocasionar lesão nas células da coclia, órgão semelhante a um caramujo que está localizado em cada um dos ouvidos. A coclia é coberta de pequeníssimas e sensíveis estruturas sensoriais, chamadas células capilares. Estas células são responsáveis por converter ondas sonoras em sinais neurológicos. A exposição constante ao barulho alto pode danificar estas células. As lesões causadas no órgão podem até ser irreversíveis.

O primeiro sinal de lesão é um zumbido no ouvido. O mesmo que geralmente se ouve após uma festa ou show em que ficamos muito tempo próximo às caixas de som. Em casos mais graves podem acontecer até mesmo tonturas, comuns quando o labirinto, que fica atrás da coclia, já sofreu lesão. Neste caso é preciso procurar ajuda médica o mais rápido possível.

Segundo o médico Rogério Dutra Bandos não há uma idade mínima para se ouvir música em tocadores digitais de forma segura. Uma criança de cinco anos está tão pré disposta a uma lesão quanto um adulto de 30. É preciso apenas ter bom senso para limitar o volume do aparelho.

Desmistificando a idéia de que os sons de “rock pesado” (heavy metal) causam maiores prejuízos aos ouvidos, doutor Bandos tranqüiliza. Os metaleiros podem respirar aliviados, pois o ouvido não distingue rock de música sertaneja, jazz, bolero ou MPB. Quem decide o que é saudável ou não é a intensidade e a freqüência do som.

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